O terceiro dia do Rock in Rio 2015 foi dedicado ao pop e ao romantismo, com destaque para os shows de Elton John, Rod Stewart, Paralamas do Sucesso e Pepeu & Baby.
De fato, este domingo foi um dia pra lá de romântico na Cidade do Rock e reuniu um público bastante diferente do da véspera. No entanto, curiosamente, os artistas mais aguardados não eram os de nenhuma boy band atual, mas veteranos tarimbados com décadas de estrada, cada qual com um caminhão de sucessos inesquecíveis e eternos para embalar corações enamorados.
Não poderia haver trilha sonora mais apropriada para os apaixonados do que a seleção de canções de amor tocada na noite de ontem; “Menino do Rio”, “Your Song”, “Kiss from a Rose”, “Você”, “You’re in my Heart”, “Tonight’ the Night”, “Skyline Pigeon”, “Rocket Man”, “Sailing”, “Candle in the Wind” e “All of me”, entre outras figuram fácil no rol das músicas pop mais românticas de todos os tempos.
Os destaques:
Baby & Pepeu
Qualquer show que reunisse um do maiores guitarristas do mundo e uma das maiores cantoras do Brasil já seria um sucesso retumbante. E desta feita não foi diferente; acompanhados pelo filho e guitarrista Pedro Baby, a dupla fez provavelmente a melhor apresentação do dia. Joias da nossa música como “Flor do Desejo”, “Mil e uma Noites” e “Trinindo Trincando”, não são apenas a expressão do talento, mas também do bom gosto – justamente o que falta na nova MPB – de dois monstros sagrados da música tupiniquim. Foi ótimo ver a Baby do Brasil, agora fervorosamente convertida ao cristianismo, de volta ao Rock in Rio. Já Pepeu Gomes simplesmente foi, junto com Brian May, do Queen, e Kiko Loureiro, do Angra, o melhor guitarrista até agora a se apresentar no festival – e olha que a concorrência foi grande. Excelente!
https://www.youtube.com/watch?v=_83JNQuCsPk
Paralamas do Sucesso
Poucas bandas se confundem tanto com a história do festival que o power trio brasileiro, assim o setlist do show foi basicamente uma retrospectiva, que teve como destaques as músicas: “Óculos” (autoral), “Você” (de Tim Maia), “Inútil” (do Ultraje a Rigor) e “Que País É Esse” (do Legião Urbana). A melhor coisa foi que praticamente 80 mil pessoas sabiam cantar de cor cada estrofe desses clássicos. A bola fora foi o péssimo cover de “Every Breath you Take”, do The Police, enxertada em “Vital e sua Moto”. Foi um bom show e a Cidade do Rock aprovou.
Seal
Mesmo sem ter sido tão animador quanto os shows de seus conterrâneos britânicos, o show de Seal não foi uma perda total, já que o público conhecia muito bem as músicas de quase todo o repertório. Lamentavelmente, o cantor nunca conseguiu executar no palco a ótima “Crazy” com a mesma qualidade da gravação original, mesmo assim “Killer”, “Kiss from a Rose” e outras deram pro gasto. O público gostou.
Elton John
A apresentação de Sir Elton John foi bem melhor e mais contagiante do que a fria, quase gélida, apresentação da edição passada. Já na porta dos 70, tal qual aconteceu com outros grandes nomes, o cantor e compositor está cada vez mais distante do rock, o que ficou evidente ao excluir a pauleira “Pinbal Wizzard” do setlist, mesmo assim, quem tem uma voz belíssima e cartas na manga como a ótima “The Bitch Is Back”, a irresistível “Crocodile Rock”, a inspirada “Rocket Man” e a obra-prima “Your Song”, tem enormes chances de fazer um grande show. Mas o maior destaque foi sem sombra de dúvida o talento do mestre ao piano. Muito bom!
Rod Stewart
Assim como aconteceu com os outros destaques – Elton John e Paralamas, mas não com Pepeu e Baby – Rod Stewart, que completou 70 no início deste ano, também mostrou as marcas do tempo ao mudar o eixo de seu show, antes alicerçado em bandas de rock formadas por roqueiros tarimbados, mas agora ancorado numa big band mais chegada ao jazz. Acompanhado por um time de talentosos que mais parecia um desfile de beleza, o escocês levantou a galera com hits que estavam na ponta da língua de cada tio e cada tia, como: “Forever Young”, “Da ya Think I’m Sexy?”, “You’re in my Heart”, “Baby Jane”” e “Tonight’s the Night”, entre outras. Mais um gol de Rod!