Atualizado em fevereiro 21st, 2023 at 12:45 pm
No trabalho, os pesquisadores, liderados por Hillel Alpert, analisaram o caso de 787 adultos em Massachusetts, que haviam parado de fumar por vários períodos: 2001-2002, 2003-2004 e 2005-2006. Foram indagados se haviam utilizado alguma terapia de reposição de nicotina, como adesivos, chicletes ou inaladores. Também foram questionados se haviam utilizado terapia de grupo para parar de fumar, participado de algum programa ou recebido aconselhamento de profissionais de saúde.
Os resultados mostraram que, para cada período, quase um terço das pessoas que tentaram parar tinha retornado ao vício. E que isto ocorreu independentmente do método fora utilizado – no caso de terem usado algum -, não importando se eles eram fumantes ocasionais ou compulsivos.
“O estudo mostrou que o uso de terapia de reposição de nicotina não é mais eficaz para ajudar as pessoas que tentam abandonar o fumo sozinhas”, diz Alpert. Gregory Connolly, co-autor do estudo, salientou a necessidade de a agência de medicamentos dos EUA (FDA), responsável pela regularização e aprovação de drogas, apenas liberar as que demonstrem eficácia de longo prazo.
Indo mais longe, outro autor, Lois Biener, disse que o uso de fundos públicos para financiar estes tratamentos é muito questionável, especialmente quando isso diminui o dinheiro de outras práticas que se provaram realmente eficazes, como fazer campanhas publicitárias, criar espaços livres de fumo e aumentar os preços dos cigarros.
Ao contrário do Brasil, EUA e Reino Unido por exemplo, onde os governos distribuem ou já distribuiram gratuitamente repositores de nicotina, em países como Espanha, por exemplo, os adesivos e chicletes de nicotina não estão incluídos na lista de medicamentos fornecidos pelo sistema público de saúde, devido a exigências legais sobre a eficácia desses meios.
Parar de fumar: a polêmica está armada
“Nosso estudo mostra que, essencialmente, o que acontece no mundo real é muito diferente do que acontece nos ensaios clínicos”
[Hillel R. Alpert of Harvard, co-autor da pesquisa realizada em Harvard]
“Estávamos esperando por uma história muito diferente”
[Dr. Gregory Connolly N., diretor do Center for Global Tobacco Control]
“Alguns estudos têm questionado estes tratamentos, mas a maior parte dos ensaios clínicos inequivocamente endossou-os”
[Dr. Michael Fiore, diretor do University of Wisconsin’s Center for Tobacco Research and Intervention]
Fontes: