Atualizado em fevereiro 21st, 2023 at 12:44 pm
Um experimento desenvolvido em cobaias obteve 100% de integração das células nervosas transplantadas. Não se trata de células embrionárias, mas células-tronco induzidas ou IPS; a descoberta de células induzidas, em 2006, abriu a porta para a possibilidade de terapias celulares e rendeu um merecido Prêmio Nobel de Medicina
Pela primeira vez foi possível reparar uma lesão de córtex cerebral através da implante de neurônios gerados a partir de células-tronco. As mentes por trás do projeto, que foi publicado na revista Neuron, são cientistas da Universidade Livre de Bruxelas, sob chefia da espanhola Sandra Acosta Verdugo.
O experimento foi realizado em ratos e suas descobertas abrem a porta para terapias que possam ser utilizadas em seres humanos no tratamento de lesões do cérebro por acidente vascular cerebral, hematomas cerebrais, traumas, epilepsia ou certos processos neurodegenerativos.
‘No experimento, desenvolvido em ratos, os neurônios transplantados foram integrados em 100% dos casos, com o que foi alcançada a cura de lesões do córtex cerebral’, explica Acosta, líder do estudo.
O córtex é a capa mais superficial do cérebro, uma parte do cérebro que só os mamíferos possuem, por isso, é tão interessante para os biólogos que estudam a evolução e o desenvolvimento. No entanto, o córtex tem uma capacidade auto-reparação extremamente baixa.
‘Não faria sentido retirar neurônios de um paciente e depois tratá-los para implementá-los novamente, porque os neurônios do córtex uma vez removidos são perdidos para sempre, o córtex do paciente não pode se regenerar’, disse Acosta.
Células-tronco induzidas (IPS)
É aí que reside a dificuldade de se trabalhar com os neurônios, células muito diferentes das outras. Mas essa limitação fez com que os cientistas voltassem suas atenções à utilização de células-tronco induzidas, conhecidas como células IPS(que NÃO SÃO CÉLULAS EMBRIONÁRIAS, mas retiradas do próprio paciente – nota do tradutor). Estas células configuram-se como a única alternativa que pode contornar este problema.
Outro desafio que essa experiência teve que superar consistia em que os trabalhos anteriores sobre este tema renderam resultados pouco alentadores e muito limitados. Pesquisas anteriores sugeriam que o cérebro adulto permitia somente o crescimento axonal de neurônios do córtex, ou seja, a conexão entre os neurônios.
Outro risco que os cientistas enfrentaram foi a possibilidade de que surgissem tumores no corpo receptor. Não obstante, isto é inerente ao uso de terapias com células-tronco e foi constatado risco bastante reduzido quando se trata do córtex cerebral.
A descoberta de células induzidas, em 2006, foi um passo gigantesco que abriu a porta para a possibilidade de terapias celulares. O japonês Yamananka foi quem as descobriu e primeiro e foi laureado seis anos após com Prêmio Nobel de Medicina.
Células-tronco induzidas podem curar danos cerebrais
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