O sexto e penúltimo dia do Rock in Rio 2015 foi quase integralmente dedicado à pop music e suas variadas vertentes. Veja os principais destaques:
Brothers of Brazil
Na apresentação que abriu os trabalhos no Palco Sunset, o duo paulista contou com um grande reforço, o ex-baixista da icônica banda de punk rock Sex Pistols, Glen Matlock. Os irmãos aproveitaram também para falar contra os recentes e bilionários escândalos políticos que estampavam as manchetes antes do festival. Nota 6.
Erasmo & Ultraje a Rigor
O lado divertido foi que a apresentação no Palco Sunset teve a melhor banda de rock e pop rock dos anos 80 junto com o pioneiro do rock n’ roll no Brasil, em show que foi muito mais um revival e que trouxe clássicos do rock básico e sem muitas firulas. Serviu para entreter o público que apenas aguardava as grandes atrações; a canção “Ciúme” foi a melhor. Já o lado sério foi que o líder do Ultraje aproveitou para criticar o governo e a corrupção: “Inútil” é quase um hino. Leva um 7,5 pelo conjunto da obra.
Angélique Kidjo & Richard Bona
Se a programação era voltada para a pop music, a apresentação dos artistas africanos trouxe um pouco de World Music, aumentando a diversidade cultural e de estilos. Leva um 7.
Lulu Santos
O Rei do Pop Nacional nunca decepciona um público sedento por músicas românticas e hits que atestam uma carreira musical absolutamente exitosa. Com mais de 40 anos de estrada, Lulu já passeou com maestria por gêneros como rock progressivo e rock pesado, mas sua praia definitivamente são as baladas e canções cheias de amor. Mesmo assim, um dos momentos mais interessantes foi quando o “Último Romântico” encontrou o “Rei da Poligamia”, Mr Catra, para uma apresentação no mínimo inusitada. Lulu está precisando se renovar, pois, se há um problema em construir sucessos pegajosos como chiclete e basear todo seu show neles, é que muitos desses hits costumam tem prazo de validade. Mas como agradou, leva uma nota 7.
Sheppard
Depois dos irmãos Lzzy Hale e Arejay Hale (Halestorm) terem quebrado tudo com uma das melhores e mais surpreendentes apresentações e dos irmãos João Suplicy e Supla (Brothers of Brazil) terem mandado bem, foi a vez dos irmãos George, Emma e Amy Sheppard darem seu recado. O show até que começou bem, com George pulando da tiroleza enquanto o restante da banda fazia um cover da pesadíssima “Bulls on Parade”, do Rage Against The Machine, mas o show foi muito adocicado e um pouco arrastado, “Geronimo” foi o melhor momento. Nota 5.
Sam Smith
Coube ao britânico a ingrata missão de fazer o apresentação que antecederia a atração principal da noite, o show recheado de sucessos da barbadense Rihanna. Sam Smith fez bonito e com uma bela performance vocal conquistou os corações na Cidade do Rock, especialmente (mas não só) com covers de músicas maravilhosas e irresistíveis, como: “Tears Dry on Their Own” (de Amy Winehouse), “Le Freak” (Do grupo Chic), “Ain’t no Money High Enough” (de Marvin Gaye) e “Can´t Help Falling in Love” (de Elvis Presley). O papador de prêmios Grammy finalizou um show correto com o hit autoral “Stay with me”. O público gostou: 7,5.
Rihanna
https://www.youtube.com/watch?v=69Ey0gciFfw
A grande atração da noite foi a cantora Rihanna, que pela segunda vez no Rock in Rio Brasil estava escalada como headliner da jornada dedicada ao pop e adjacências. Ao contrário do que aconteceu em 2013, a cantora natural de Barbados desta vez apareceu (quase) no horário e fez um show ‘com muita roupa’, digamos assim, já que costuma utilizar a bastante sua sensualidade, tanto em video clips (os de S&M e “Bitch Better Have My Money”, por exemplo) quanto em apresentações ao vivo. Belíssima, dona de uma voz igualmente bela e detentora um caminhão de hits, Rihanna está cada vez mais distante do pop rock, mas sabe como poucos como fazer um grande show de pop music. Destaques para “Umbrella”, “S&M”, “Bitch Better Have my Money”, “We Found Love”, “Take Care”, “Where Have you been” e “Pour it Up”. Acho que Katy Perry e sua banda tem enormes chances de superar o show de Rihanna, mas a bonitona leva uma nota 8.